1. Saudade: às vezes vem essa vertigem. Uma falta de sei lá o quê, e que não passa. De você, dos cachorros, das árvores do quintal. Do passado e de um ano melhor pra todo mundo, talvez, que esse aqui foi meio desgraçado.
2. Auto-imagem: às vezes o espelho do banheiro me transmite certas informações matinais: “você virou uma baleia das fossas oceânicas com chifre e antena na cabeça. Ninguém te reconhece mais.” Então concluo que 2016 mandou a gente e o resto do que prestava pro fundo do mar.
: Tenho vontade de escrever uma enciclopédia inteira só com verbetes cotidianos do meu código genético dramático. É que elas são bonitas, também, essas minhas bobagens telescopicamente ampliadas. Às vezes até parece que é tudo real. Coisinhas coisinhas coisinhas coisinhas nuvem céu infinitos e um milhão de outras besteiras fazem mundo dentro de uma poça d’água.
